Livros ou cães

Dizer que o cão é o maior amigo do homem é um lugar comum que só repito para insistir com os que nunca tiveram um cão. É pena, espero que possam recuperar esta perda. Mas há que lembrar que os livros também são grandes amigos, sendo legítima a postulação destes últimos ao lugar há tanto tempo ocupado pelos primeiros.

A escolha entre um e outro para o título é insana. Uma escolha de Sofia. Não sei bem como me peguei com este dilema, mas vale a reflexão, sempre muito útil para um final de segunda feira com o noticiário tomado por temas não muito estimulantes.

Livros não mordem cadeiras, no máximo um dedo perdido entre as páginas, e só causam danos se o livro for muito grande e o dedo muito pequeno. Bem, há certas capas que se prestam ao combate e chego a pensar que foram feitas como artefato de segurança. Perdão, deve ser um exagero.

Cães não ficam parados na prateleira com cara de “ninguém vai me ler mais”, embora sejam chantagistas empedernidos.

Livros não abanam o rabo, embora ultimamente os rabos tem abanado os cachorros.

A escolha é sua, mas não me culpe se você pisar em algo estranho sobre o tapete. Muito menos se tiver alguma ideia diferente.

A escolha é sua!

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Atualização:

Este texto está parado desde 2005 e foi resgatado para fugir ao tema mais recorrente nos últimos tempos – para não dizer anos – do qual decidi manter-me afastado. Vejo que o leitor atual talvez seja tentado a incluir o seu telefone na disputa, com o argumento que ele até fala. Sem chance. A panela também não pode ser cogitada. Livro ou cão, a escolha é sua.

 

 

Mudança de planos

Atento ao que acontece pelo país e pelo mundo, li reportagem da Exame que dá conta que o fim do mundo foi antecipado de modo muito significativo. Não me espantei, considerando tantos acontecimentos recentes e as expectativas de curto e médio prazo. Pelo que imaginava o longo prazo havia sido cancelado. Mas parece que não.

Continuando a leitura vejo que a perspectiva é outra. Não se trata de nenhuma metáfora, mas do fim do mundo como o conhecemos desde o “Big bang”. Se o “”Big Bang” nos criou, o “Big Rip” nos destruirá, com a expansão infinita do espaço e a destruição de tudo. Estão falando do fim do mundo, do universo, planetas, galáxias e coisas do gênero.

Ah! Tá! Entendi. Entendeu?

Mantenha-se calmo! Nestas horas é preciso ter calma.

Não estou aqui para disseminar o terror, nem penso ser esta a intenção da reportagem. Visto assim, parece preocupante, mas revendo com mais atenção os números envolvidos, talvez não seja tão grave assim. Pelo que esclarece a matéria, o fim do munda estava previsto para daqui a 22 bilhões de anos, mas os últimos cálculos dão conta que a data mais correta seria daqui a 2,8 bilhões de anos. Ufa! Como se diz, não é pra já. Uma antecipação e tanto.

Mesmo correndo o risco de ser taxado de egoísta, de não me preocupar com as gerações futuras, com nossas crianças, confesso que fiquei aliviado. Como não conhecia a previsão anterior, fiquei satisfeito com a nova expectativa. Eu achava que o fim do mundo tinha sido esta semana, mas como não foi, imaginava que estava por chegar a qualquer momento.

Assim, penso que concordarão comigo que um prazo destes traz algum alívio. Ainda dá tempo para algumas correções.

Melhor assim, mas fique atento.

Nunca se sabe.