Piazzolla no domingo

Não neste último domingo, no anterior, me peguei ouvindo Piazzolla de manhã cedo enquanto cumpria o dever semanal de preparar a caixa de remédios da semana. Coisa simples, sem problemas.

Me perguntei se tinha ficado sem dormir na boemia do Netflix – ou é “da”?. Talvez um vinho a mais, assim sem notar. Mas não, não sei explicar a presença do ilustre argentino em meu fone de ouvido. Não que estivesse ruim, mas o fato é que não combina.

Piazzolla não é para manhãs, muito menos as de domingo. Piazzolla é para as noites, entre dez e quatro. Depois já é manhã ou madrugada.

As manhãs de domingo são para Vivaldi ou Strauss. Mesmo para quem já não precisa juntar bosta de cachorro no quintal, desfrutando a natureza, as manhãs de domingo devem ser alegres, como banda em coreto no interior. Vivaldi e Strauss se prestam bem para isto.

Nestes dias de urucubaca e apreensão para uma geração nutela, sem grandes tragédias mundiais, fica um certo gosto de cabo de guarda-chuva, mesmo para quem já trabalha em casa na maior parte do tempo.

Para manter alto o astral e seguir trabalhando, a trilha sonora deve combinar. Neste fim de tarde escolhi a Abertura 1812- com canhões – para combater o pessimismo que tenta se instalar e repelir o Corona – o capeta do momento.

Xô!

Depois, bem, acho que uma Ave Maria tem seu lugar. Sugiro a cantada por Maria Betânia.

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