Livros ou cães

Dizer que o cão é o maior amigo do homem é um lugar comum que só repito para insistir com os que nunca tiveram um cão. É pena, espero que possam recuperar esta perda. Mas há que lembrar que os livros também são grandes amigos, sendo legítima a postulação destes últimos ao lugar há tanto tempo ocupado pelos primeiros.

A escolha entre um e outro para o título é insana. Uma escolha de Sofia. Não sei bem como me peguei com este dilema, mas vale a reflexão, sempre muito útil para um final de segunda feira com o noticiário tomado por temas não muito estimulantes.

Livros não mordem cadeiras, no máximo um dedo perdido entre as páginas, e só causam danos se o livro for muito grande e o dedo muito pequeno. Bem, há certas capas que se prestam ao combate e chego a pensar que foram feitas como artefato de segurança. Perdão, deve ser um exagero.

Cães não ficam parados na prateleira com cara de “ninguém vai me ler mais”, embora sejam chantagistas empedernidos.

Livros não abanam o rabo, embora ultimamente os rabos tem abanado os cachorros.

A escolha é sua, mas não me culpe se você pisar em algo estranho sobre o tapete. Muito menos se tiver alguma ideia diferente.

A escolha é sua!

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Atualização:

Este texto está parado desde 2005 e foi resgatado para fugir ao tema mais recorrente nos últimos tempos – para não dizer anos – do qual decidi manter-me afastado. Vejo que o leitor atual talvez seja tentado a incluir o seu telefone na disputa, com o argumento que ele até fala. Sem chance. A panela também não pode ser cogitada. Livro ou cão, a escolha é sua.